terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Zen - Sexo - Saúde

Zen não possui nenhum sistema de crenças sobre coisa alguma, e
isso também inclui o sexo - Zen não diz nada sobre isso. E isso deve
ser definitivo. O Tantra tem uma atitude sobre o sexo. A razão? - o
Tantra tenta reparar o que a sociedade fez. Tantra é medicinal. A
sociedade reprimiu o sexo, Tantra chega como um remédio para ajudá-
lo a recuperar o equilíbrio. Vocês se inclinaram demasiadamente para
a esquerda; Tantra vem e os auxilia a inclinar para a direita. E
para recuperar o equilíbrio, às vezes vocês têm que tender demais
para a direita, só assim o equilíbrio é restaurado.

Vocês nunca viram um equilibrista na corda? Aquele que anda sobre a
corda esticada? Ele carrega uma vara nas mãos para manter o
equilíbrio. Se ele sente que está inclinando demais para a esquerda,
ele imediatamente começa a se inclinar para a direita. Então
novamente ele sente que agora inclinou-se demais para a direita, ele
começa a se inclinar para a esquerda. É assim que ele se mantém no
meio.

Tantra é um remédio.

A sociedade criou uma mente repressiva, uma mente negativa da vida,
uma mente antialegria. A sociedade é muito contra o sexo. Porque a
sociedade é tão contra o sexo? - porque se você permite prazer
sexual as pessoas, você não pode transformá-las em escravos. Isso é
impossível – uma pessoa feliz não pode ser escravizada. Esse é o
truque. Só as pessoas tristes podem ser escravizadas. Uma pessoa
feliz é uma pessoa livre; ela possui uma espécie de independência
nela.

Você não pode recrutar pessoas felizes para a guerra. Impossível.
Porque eles iriam para a guerra? Mas se uma pessoa reprimiu sua
sexualidade ele está pronto para ir para a guerra, ele está ansioso
para ir para a guerra, porque ele não tem sido capaz de desfrutar da
vida. Ele tornou-se incapaz de desfrutar, daí ficou sem nenhuma
criatividade. Agora ele só pode fazer uma coisa - ele pode destruir.
Toda sua energia tornou-se destrutiva e venenosa. Ele está pronto
para ir para a guerra - não somente preparado, ele está ansiando por
isso. Ele quer matar, ele quer destruir.

De fato, destruindo seres humanos ele terá uma satisfação substituta
de penetrar. Essa penetração poderia ter sido no amor e teria sido
bela. Quando você penetra no corpo de uma mulher no amor, isso é uma
coisa. Isso é espiritual. Porém, quando as coisas dão errado e você
penetra no corpo de alguém com uma espada, com uma lança, isso é
feio, é violento, é destrutivo. Mas você está procurando por um
substituto para a penetração.

Se for permitido a sociedade total liberdade quanto à alegria,
ninguém será destrutivo.

As pessoas que podem amar lindamente nunca são destrutivas. E as
pessoas que podem amar lindamente e possuem a alegria de viver
também não serão competitivas. Estes são os problemas.

Eis porque os povos primitivos não são tão competitivos. Eles estão
desfrutando de suas vidas. Quem se importa em ter uma casa maior?
Quem se importa em ter um saldo bancário maior? Para que? Você está
feliz com sua mulher e com seu homem e você está tendo uma dança na
vida. Quem quer ficar sentado no mercado de trabalho por horas a
fio, todos os dias, todos os anos, esperando que no final você terá
um grande saldo no banco e então você irá se aposentar e desfrutar?
Esse dia nunca chega. Não pode chegar, porque por toda a vida você
permanece um asceta.

Lembrem-se, os homens de negócios são pessoas ascéticas. Eles
devotaram tudo ao dinheiro.

Agora um homem que sabe amar e que conheceu a emoção do amor e do
êxtase, não será competitivo.

Ele será feliz se ele puder conseguir seu pão de cada dia. Esse é o
significado da oração de Jesus: "Daí nosso pão de cada dia". Isso é
mais que suficiente. Agora Jesus parece bobo. Ele devia ter
pedido, "Dai-nos um maior saldo bancário". Ele só pede pelo pão de
cada dia? Um homem feliz nunca pede mais que isso. A alegria é tão
realizadora.

Somente os seres insatisfeitos são competitivos, porque eles pensam
que a vida não está aqui, ela está lá. "Eu tenho que alcançar Delhi
e me tornar presidente", ou ir para a Casa Branca e me tornar isso
ou aquilo. "Eu tenho que ir lá, a alegria está lá" - porque eles
sabem que aqui não há nenhuma alegria. Assim eles estão sempre indo,
indo, indo. Eles estão sempre no ir, e eles nunca alcançam. E o
homem que conhece a alegria, está aqui. Porque ele deveria ir para
Delhi? Para que? Ele está completamente feliz aqui-agora. Suas
necessidades são tão pequenas. Ele não possui desejos. Ele tem suas
necessidades, certamente, mas nenhum desejo. Necessidades podem ser
realizadas, desejos nunca. Necessidades são naturais, desejos são
pervertidos.

Agora toda essa sociedade depende de uma coisa e essa é a repressão
sexual. Do contrário a economia será destruída, sabotada. A guerra
irá desaparecer e com ela todo o material bélico, e a política
ficará sem sentido e o político não será mais importante. O dinheiro
não terá valor, se for permitido a pessoa amar. Devido a que eles
não são permitidos amar, dinheiro se torna o substituto, dinheiro se
torna seu amor. Assim existe uma estratégia sutil.

Sexo precisa ser reprimido, senão toda essa estrutura da sociedade
cairá imediatamente.

Só o amor liberado no mundo trará revolução. Comunismo fracassou,
fascismo fracassou, capitalismo fracassou. Todos os 'ismos'
fracassaram porque bem lá no fundo eles são repressão sexual. Nesse
ponto não há nenhuma diferença. Todos eles concordam sobre uma
coisa – que o sexo precisa ser controlado, que não deve ser
permitido as pessoas terem uma alegria inocente no sexo.

Para recuperar o equilíbrio chega o Tantra; Tantra é o remédio. Por
isso o Tantra enfatiza tanto o sexo. As assim chamadas religiões
dizem que sexo é pecado e o Tantra diz que sexo é o único fenômeno
sagrado. Tantra é o remédio. Zen não é um remédio. Zen é o estado
quando a doença desaparece; e, é claro, com a doença, também o
remédio. Uma vez que você fica curado de sua doença você não precisa
continuar carregando a receita médica, o frasco e o remédio com
você. Você joga tudo fora. Vai tudo para a lixeira.

A sociedade ordinária é contra o sexo; Tantra chega para ajudar a
humanidade, para dar o sexo de volta a humanidade. E quando o sexo
for devolvido, então surge o Zen. O Zen não tem nenhuma atitude.

Zen é saúde pura.

Osho, Extraído de: The Diamond Sutra, #2

Retirado do Site:
http://br.dir.groups.yahoo.com/group/voadores/message/28567

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